Mais um seio "caído".
No
último feriado mais uma jovem famosa foi alvo de críticas por seus seios “caídos”.
Luiza Sonza, esposa do youtuber Whinderson Nunes, postou uma foto bem a vontade
de biquíni em uma lancha e logo recebeu uma chuva de comentários criticando o seio
caído, da mesma maneira que fizeram com Bruna Marquezine no Carnaval.
Vamos
lá! Me dá tanta raiva e indignação quando vejo esse tipo de coisa que mal posso
me conter, onde está o seio caído senhor?! Dá vontade de sair xingando todo mundo mandando cada um pegar um
silicone e enfiar em seus devidos c*s.

A indústria
da beleza e da cirurgia plástica atingiu com sucesso seu objetivo: fazer com
que um corpo natural seja visto como feio e um corpo construído a base de
bisturi seja o ideal de beleza. A onda do silicone fez as pessoas esquecerem o
que é um seio natural. Um seio natural é feito de gordura! É impossível um seio
natural de uma mulher adulta ser redondo feito bola e ficar em pé (praticamente
imóvel) como um seio com silicone. É carne minha gente e não um plástico! E não
estou aqui criticando quem decide por um silicone, longe de mim, cada mulher
faz o que quiser de seu corpo, aliás, o silicone é muito bem-vindo por exemplo,
em cirurgias de reconstrução de mulheres que tiveram câncer. O que me assusta é
a forma como essas moças com seus corpos naturais são bombardeadas por
comentários maldosos e até recebem “conselhos” para fazerem uma cirurgia
(desnecessária na minha humilde opinião), e pior, recebem críticas de mulheres
também! (Oh céus, vamos nos unir garotas!!)
Bruna e
Luísa são duas moças jovens, famosas, com a aparência bem dentro do
padrãozinho, altas, magras, ricas e cheias de seguidores. Essa crítica absurda
ao corpo delas faz com que as demais moças da mesma idade porém que não têm o
mesmo corpo padrão, a mesma beleza padrão, se sintam um lixo. Percebem o
impacto disso? Quantas dessas jovens que as seguem não pensou “se ela que é
linda está sendo criticada o que me resta?” Quantas não se olharam no espelho e
rejeitaram seus corpos? Quantas não querem entrar na faca com a esperança de
atingir o corpo perfeito: Seios enormes, duros, cintura mínima, quadril
desproporcional e perfeitamente redondo e rosto inexpressivo?
Não é
de hoje que o corpo feminino é controlado, criticado, julgado, praticamente
forçado a um determinado padrão de beleza imposto para ser aceito como belo, o
que faz com que milhares de mulheres recorram a dietas malucas, práticas
exageradas de exercícios, cirurgias plásticas e aos mais diversos procedimentos
estéticos para atingir ao tal padrão de um corpo que naturalmente nunca
existiu, que é conseguido a base de muita maquiagem, pose e uma boa dose de
photoshop.
A insatisfação
das mulheres com a própria aparência é o motor que move a milionária indústria
da beleza, das cirurgias plásticas e dos demais procedimentos estéticos. Em cada
esquina existe uma clínica que promete a pele de pêssego dos sonhos ou o fim
daquela gordura localizada. Nas revistas voltadas ao público feminino, o culto
ao corpo perfeito é martelado em cada página. Como afirma Naomi Wolf em seu
livro O Mito da Beleza: “Os anunciantes que
viabilizam a cultura feminina de massa dependem de as mulheres se sentirem tão
mal com relação ao próprio rosto e ao próprio corpo a ponto de gastarem mais em
produtos inócuos ou dolorosos do que gastariam se se sentissem belas por
natureza”. Ou seja, mulher satisfeita com a própria aparência, não gasta
dinheiro com produtos “milagrosos” nem perdem seu precioso tempo com
tratamentos caríssimos que funcionam por determinado tempo, (geralmente pelo
tempo de duração do tal tratamento), afinal, se tais métodos de fato funcionassem,
compra-los apenas uma vez, resolveria de uma vez por todas todos os “problemas”.
Tenho
esperança de que a onda do body positive ou
ainda o body neutrality (quero falar
desses movimentos futuramente), consiga mostrar que nossos corpos naturais são
sim belos, do jeitinho que são. Somos uma infinidade de mulheres únicas, não
precisamos nos resumir aos nossos corpos, somos muito mais que isso. Cuidem sim
de seus corpos mas por amor e não por obrigação.
Sei que
é difícil, eu também estou dentro no mesmo balaio que nos une e nos prende ao ideal
de beleza. Todo dia é dia de desconstrução, de aceitação do próprio corpo, de
depositar um pouco de amor próprio.
Não
sejamos as julgadora de outras mulheres, vamos olhar com carinho uma a outra, a
competição feminina também alimenta essa indústria que consome nosso tempo e
nosso dinheiro. Como li uma vez por aí, "o brilho da sua estrela não apaga o
brilho da minha" (não lembro a fonte, sorry).
E pra
fechar: “Se amanhã todas as mulheres acordassem amando seus corpos,
quantas empresas iriam falir?” (essa eu peguei no @feministasgm no insta)
Beijinhos cheios de amor próprio pra você que leu até aqui! :)


Que é estranho uma mulher tão jovem estar com esse corpo destruído em.
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